Como destralhar?

Organização

Manter uma casa organizada implica não ter objectos danificados, sem utilidade, ou sem significado. Chamamos destralhar ao acto de deixar de ter tralha, quer seja numa divisão, numa casa, ou mesmo nas nossas vidas. Conservar apenas as coisas que precisamos, que realmente usamos e as que gostamos, que nos trazem felicidade e boas memórias. Mas como é que se faz isto exactamente? Como é que se destralha?

Viver numa casa organizada pode aumentar a nossa produtividade, por exemplo, evitando que se perca tempo a procurar coisas que não sabemos onde estão. Quando temos menos objectos e um sistema de organização adaptado às necessidades e rotinas dos habitantes da casa, as tarefas do dia-a-dia tornam-se mais fácies e eficientes. Ao mesmo tempo, a organização permite que se crie um ambiente tranquilo, onde é agradável viver.

Assim, destralhar – ou seja, eliminar objectos desnecessários – adquire uma importância fundamental no processo de organização de uma casa. Mas nem tudo o que sai das nossas casas tem de ir para o lixo, para saber mais sobre possíveis destinos dos objectos a destralhar leia o nosso artigo “Destralhar é criar lixo?”

Decidir o que destralhar, pode parecer difícil. Muitas vezes ouvimos pessoas dizerem que nem sabem por onde começar. Se é o seu caso, leia este artigo. Procurámos compilar dicas para ajudar na identificação de objectos a destralhar, assim como dar alguns exemplos de itens desnecessários que pode ter em sua casa.

Destralhar

Algumas pessoas têm mais facilidade a decidir o que manter e o que retirar da casa, outras têm mais dificuldade. Como em tudo na vida, as pessoas diferem na tomada destas decisões. Mas, todas as pessoas têm itens que são mais difíceis. Seja por representarem uma recordação de um momento feliz, por serem uma peça de alguém que faleceu, há objectos que têm maior carga emocional e cujo destino, seja manter, doar, vender ou deitar fora, se torna difícil de decidir. Um profissional de organização pode ajudar e revelar-se muito útil nestes momentos, funcionando como uma bússola para nos orientar.

Organizadores profissionais de diferentes pontos do globo têm partilhado as suas estratégias para facilitar este processo de tomada de decisão.

Um dos mantras mais conhecidos na organização profissional é da japonesa Marie Kondo: manter apenas o que nos traz felicidade (“What brings you joy”, na terminologia inglesa). Concordamos que se uma peça de roupa o/a faz feliz deve mantê-la. No entanto, há pessoas que por vezes precisam de critérios mais objectivos para decidir o que fazer em relação aos objectos que têm em casa.

Destralhar

As americanas Clea Shearer e Joanna Teplin, fundadoras do The Home Edit, no seu livro “Guia para uma Casa Organizada” defendem que devemos manter objectos que pertençam a pelo menos umas destas categorias: que precisamos, que usamos de facto, que costumamos ter vontade de usar, que gostamos, e aqueles que têm um valor sentimental.    

A roupa é a categoria por excelência em que as pessoas mais sentem dificuldade em tomar decisões. Para nos ajudar a decidir o que manter e o que destralhar no nosso roupeiro, a organizadora portuguesa Susete Lourenço, no seu livro “Casa Organizada, Vida Feliz”, explica-nos que devemos manter as peças que usamos e nos fazem sentir bem, as peças que usamos em acontecimentos especiais, assim como as peças sentimentais. As outras peças devem ser doadas ou vendidas.

Peter Walsh, organizador profissional australiano, conhecido de programas de televisão, como Space Invaders e autor de “Let It Go: Downsizing Your Way to a Richer, Happier Life” defende que apenas devemos manter peças de roupa que precisamos, que nos servem neste momento ou que amemos (“Need, Fit, Love”, na terminologia inglesa).

Destralhar

Antes de começar a destralhar, pense nos critérios que fazem sentido para si e use-os quando estiver na dúvida entre manter ou destralhar um objecto. Vai ver que o processo se torna bem mais fácil.

Para que possa pensar em objectos concretos que pode destralhar, apresentamos alguns exemplos de itens que as pessoas frequentemente têm em casa, apesar de já não serem necessários, úteis ou terem valor sentimental associado.

Destralhar

No Roupeiro:

– roupa que já não nos serve, roupa danificada, meias sem par, cabides extra (quando dizemos extra queremos dizer mais cabides que aqueles que são necessários para pendurar a roupa de todos os habitantes da casa e nunca são usados), roupa que não usamos (seja qual for a razão), roupa que usámos pela última vez há mais de 1 ano.

Na casa-de-banho:

– embalagens vazias, produtos que não usa, escovas de dentes antigas, rolos de papel higiénico vazios.

Na Cozinha:

– utensílios que nunca usamos (como uma vareta especial para criar espuma no leite), loiça lascada, mais talheres que aqueles que são usados até encher a máquina da loiça, caixas sem tampa e tampas sem caixa, embalagens vazias de detergentes, especiarias fora do prazo porque um dia podemos fazer aquele prato que nunca fizemos que leva aquele condimento que nunca usámos, pequenas máquinas de cozinha que nos ofereceram e que estão a ocupar espaço apesar de nunca termos feito iogurte em casa.

Destralhar

No quarto das crianças:

– roupa e sapatos que já não lhes serve, brinquedos com que já não brincam, canetas sem tinta, tintas secas, brinquedos danificados, pequenos brinquedos que vieram de oferta com os cereais, num restaurante ou numa bola de máquina de um café, puzzles com peças em falta.

No escritório:

– papéis desnecessários, revistas antigas, electrónica que já não é usada, cabos e carregadores de máquinas que já não temos.

Pronto/a para pôr as mãos na massa? Vamos começar a destralhar e Ser mais Feliz?

Imagens by Moose Photos e Liza Summer on Pexels e Daniel Gonzalez e Jacqueline Munguía e Heather Ford e Annie Spratt on Unsplash

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