No artigo de hoje quero reflectir consigo sobre o Minimalismo e a sua ligação com a Organização.
De uma forma generalizada, vamos acumulando tralha nas nossas casas. Essas peças, em tempos, até nos foram úteis. Está identificada a tendência em ir colocando esses itens de lado, pelas mais variadas razões. Adquirimos um item mais moderno, já está muito usado, fica-se á espera que a moda volte… Mas quando questionamos o porquê surgem uma série de desculpas para nos desfazermos dessas coisas. Foram um presente, são peças muito dispendiosas, o item está quase novo…enfim. Tomar decisões sobre o que fazer às coisas que já não usamos, para muitos torna-se dificil. As casas amontoam-se com itens que já não são úteis e dificultam a rotina diária.
Na base da conceção do minimalismo residem os conceitos de uma vida sem excessos valorizando o que realmente importa. A realização pessoal e o autoconhecimento são também relevantes neste estilo de vida.
No entanto, nem sempre uma pessoa minimalista será, por automatismo, organizada. Poderá ter poucas coisas e apenas estarem arrumadas e não organizadas. Este estilo de vida não fica criado de uma vez só. Está em constante evolução, aprimoramento. Mas na aplicação do conceito minimalista essa pessoa, gradualmente, ficará mais organizada.
Existem duas maneiras de se ser rico: uma é adquirindo muitos bens e a outra é desejando o essencialJackie French Koller
As pessoas que aderem a este estilo de vida demoram algum tempo a atingir os objetivos. A mudança de hábitos requer a aplicação do conceito de reduzir e maximizar o que temos, ou seja, os itens que possuímos reduzem-se à quantidade necessária, e muitas vezes podem assumir papeis versáteis. Exige disciplina, pois a sociedade constantemente pressiona ao consumo excessivo. Na verdade, aplicamos os três Rs do desenvolvimento sustentável: “Reduzir, Reutilizar e Reciclar”. Os itens devem-nos servir e quando já não cumprem essa função deverão ser eliminados da nossa vida sem remorsos. Na realidade, possuir menos itens significa também uma menor carga de trabalho em mantê-los em condições de utilização.
Esta filosofia de vida assenta numa cultura:

- de consumo consciente, o qual nos liberta economicamente para o que realmente nos é importante;
- de valorização pessoal, pois irá investir em si e sentir os benefícios;
- de equilíbrio de tempo entre produtividade e autocuidado;
- de execução de tarefas em modo monotasking, pois o nosso cérebro não executa de forma focada e produtiva mais que uma tarefa em simultâneo;
- de vida vivida de forma mais simples e menos stressante, o que nos traz benefícios a nível físico e mental;
- de sustentabilidade, pois existe uma maior consciência dos recursos existentes no planeta terra e de como devem ser geridos de forma sustentada. Com isto pense que o que irá eliminar na sua vida poderá ser doado ou vendido a outros, não terá necessariamente que ser lixo. No âmbito da sustentabilidade assenta também o conceito de economia circular.
Viver de forma minimalista pressupõe que a nossa felicidade não provém dos bens materiais, mas sim das relações sociais, do tempo usufruído com o nosso Eu, de momentos de ócio e de uma vida mais simples e leve. A isso chama-se desfrutar o bom que a vida tem e ser mais do que apenas existir – viver com intenção!

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Ana Ferreira